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Caminhos, Ausências e o Movimento da Vida

  • Foto do escritor: Pivete
    Pivete
  • 24 de mar.
  • 3 min de leitura



Quais caminhos preciso percorrer para chegar onde desejo estar? O que é utopia e o que é realidade? Meus pés, já cansados, sentem o peso da jornada. O suor que escorre em meu rosto me lembra do esforço, da luta, da insistência. Minha lucidez, essa companheira inconstante, me questiona: de onde vim e para onde vou? Até quando minhas pernas suportarão esse caminhar? E se um dia elas falharem, o que será de mim sem o movimento que me faz existir?


O que você quer aqui? Você realmente me conhece? Tem ideia do que posso te oferecer? Talvez a questão não seja essa. O que importa é o que você vai levar desta relação. Sempre há um interesse, seja ele explícito ou oculto, consciente ou não. Somos assim: seres de trocas, seres que negociam, seres que tentam encontrar sentido na dialética do querer e do oferecer.


Mas e a liberdade? Você realmente é livre? Já parou para pensar no que significa liberdade? Consegue desprendê-la dos grilhões invisíveis do sistema que nos governa? São tantos questionamentos e tão poucas respostas. No meio desse turbilhão, percebo que para muitos é mais confortável nadar em piscinas rasas do que encarar a imensidão do mar. A profundidade exige fôlego.


Seus olhos são suas armas. Me cercam, me oprimem, me hipnotizam. Me iludem e, às vezes, me enxergam. Mas, por muito tempo, eu não queria ser visto. Eu queria ser ignorado, dissolvido na multidão.


Invisível.


“Olha esse cara, ele pode andar livremente por aí.”

Mas será que podia mesmo?



Ela já não fala direito comigo. Não sei o que aconteceu com todo aquele amor. Mas cada um lida com os acasos da vida à sua maneira. Sem juízo de valor, você fez o que pôde, e eu fiz o que precisava ser feito. Mas não deixa de ser estranho. A ausência total de alguém que, mesmo sem querer, ainda está aqui.


Até quem me vê lendo jornal na fila do pão sabe que eu aprendi a lidar melhor com sua ausência. Sabe que senti falta do seu cheiro, do seu beijo, do seu toque. Mas que precisei seguir em frente. Precisei, porque perder você já foi suficiente. Eu não posso mais me perder. Tenho que continuar firme, caminhando.


E, acredite, me sinto melhor do que ontem. Depois de você, ainda há festa. O sol continua nascendo. O pôr do sol segue acontecendo. Há outros corpos além do seu. Sei que não são você. E tudo bem. Não era para ser.


Eu queria você aqui, mas entendo que sua decisão de partir foi justa. Ela reflete seu momento, sua maneira de lidar com tudo isso. Sei disso. Respeito isso. Nossas realidades são diferentes, nossos contextos, sentimentos, zonas de ação e limites próprios. Mas, de alguma forma, você sempre sobrevive um pouco aqui, dentro de mim.



Sinto falta de muitas coisas, mas também descobri tantas outras que o jogo parece justo. Quero que você viva. Quero que explore o mundo, ame intensamente, se perca e se encontre. Você carrega um pouco de mim, assim como eu carrego um pouco de você.


E, quem sabe, um dia você veja tudo isso com bons olhos. Com a sabedoria de quem entendeu que só seguimos nossos caminhos porque nos movemos, porque enfrentamos os obstáculos, porque escolhemos os atalhos quando eles surgiram. Porque deixamos o amor nos atravessar e, no fim, percebemos que o que você quer aqui, é o mesmo que eu quero.


Viver.


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