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Diário do Pivete: 28 anos de Pivete

  • Foto do escritor: Pivete
    Pivete
  • 28 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Eu nunca gostei de fazer aniversário; sempre foi mais um lembrete do tempo implacável, que não perdoa ninguém, do que uma celebração. Sim, se olharmos do ponto de vista de ser mais um ano sobrevivendo neste caos que é a vida contemporânea em um capitalismo predatório que adoece tudo, até o planeta, em busca de monetizar uma cura, mesmo que seja homeopática, até que vale a pena comemorar.


São 28 anos nessa realidade dura, crua, que já foi muito cinza, mas atualmente está ganhando novas cores, ritmos e doses de amor. Este último final de semana foi mais um dos maravilhosos que tive a oportunidade de aproveitar ao lado de pessoas incríveis. Foram esses anos que me edificaram para eu estar aqui hoje. Sou grato por muita coisa, mas os dias não foram tão fáceis. Deixe isso para outros diários ou para as sessões de terapia.


Entre conversas e passos firmes, entre caminhadas e pedaladas. Nas ruas, placas, monumentos, brancos, todos eles, elite, poucos, pretos - será que um dia meu nome estará ali? Entre visitas a museus, baladas exportadas de São Paulo e, falando entre, uma ponte que separa Rio e Niterói, há muito amor envolvido. São 28 anos buscando me adaptar, me encaixar, ser alguém que nunca serei, pois quem sou, já sou. Não insisto no erro, no vício, mas claro, tenho hábitos que não devem ser conservados, mas me sinto muito mais confiante, mais amado, com um olhar mais afiado, pensando em um mundo quadrado que vai em breve pelo ralo.


"Pivete" por opção; quem me chamou pela primeira vez o fez com viés negativo, mas para mim, ser "pivete" é afirmar meu lado de vilão. Se o que vendem por aí em saldão, um açougue transbordando sangue na televisão, é o certo, eu vou continuar na margem, contra a correnteza que arrasta nossos irmãos para o subemprego, vício, morte ou solidão. Hoje me sinto "lindão", gostosão, inteligente, criativo, competente. O tempo é cruel, mas é fundamental para amadurecermos nosso pensamento. Esses brancos sempre mentem.


Este último final de semana foi do inferno astral para o paraíso. Jogaram fezes em mim, literalmente, desde meu celular ficar ruim até meu notebook também dar sinais de falha. Andando pelas ruas do KTT, uma pessoa em situação de rua jogou fezes em mim. Não sou médico, e meu trauma não permite pesquisar o que estava para fora da barriga daquele ser humano desumanizado por uma sociedade que o despreza, principalmente pela sua cor e classe. Fiquei alguns minutos observando aquele ser já debilitado, andando todo sujo, tentei me desviar indo em direção à rua e fui recebido por uma jatada de fezes. Inferno astral. Recentemente, comecei a ler meu horóscopo, e até que essa parada faz sentido…

Penso em abraçar mais meu lado artístico, focar mais na revista, caminhar mais em busca de fazer coisas que eu gosto de fazer. Já que a extinção da humanidade já é uma realidade, vou morrer buscando fazer o que amo. Fé.


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