Muitos outros alguns / Beaucoup d'autres certains
- Marcelo Nunes da Rocha
- 10 de jan. de 2023
- 1 min de leitura
Ouvir é dar um abraço...
É dar lugar ao afago, que,
Embora imaterial, é terno.
O tempo não existe: a matéria é que escorre
contra as fendas apertadas do limite...
E se transforma em outra coisa, em outros seres,
Em outros nadas... na democracia da existência...
Logo, se nada fica, se nada para,
Então, por que não recolher a diversidade?
Antecipar-se à vida e à surpresa do instante... uma
Imagem plural, imprevisível, abertura à invenção
Que não reproduz as imagens gastas das fotografias
Simboliza o que corre, o que furta-cor, o que
Cria, o que desabrocha, o que se desdobra...
Numa impossível estátua da metamorfose...
Lacuna... vazio... desejo...
Linguagem de um menino
Que a cada amanhecer, a cada sentir
Do vento sobre o arrepio gelado da pele,
A inauguração de um outro
Aroma de flor e de mundo no horizonte...
Alfabeto novo... nova gramática para
A vivência... que nos ultrapassa…
Marcelo Rocha[1]
[1] Possui graduação em Português - Inglês (Licenciatura Plena) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999), mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) e doutorado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Contato: marcelonrocha1974@gmail.com.
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