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O que nos fere, o que nos move

  • Foto do escritor: Pivete
    Pivete
  • 8 de mar.
  • 3 min de leitura


Qual era o calibre da bala que atravessou o alvo?


Eu sou minha jornada. Pensando em tantos fatos e cotidianos, olha meu olho, sente esse líquido que me banha — tamanho o esforço.


Sinto o calibre da bala que atravessa o alvo. Mas quem é o alvo? O que ele sente quando o projétil o atravessa?


A linha do Equador é mais curta. Aqui não é suas eurocêntricas. Tem que ser cria para saber se criar.


Me formei na base de tudo que vi e ouvi. E tanto busquei ouvir, que não reproduzi. Rodeado por tanta coisa ruim, às vezes eu só quero me afastar. Mas, em outros momentos, me juntar.


São coisas que a gente tem para dizer por aí, mas se prende em não se expor. Muito se resume aos seus sentimentos. Eles não querem que a gente reflita. Viver no automático é mais lucrativo.


O lucro, a carne, o sangue que escorre e mancha a suposta democracia que esse país vive. Algo de poucos e tolos, que em seus privilégios afundam.

Que cidade é essa?


Outro dia, eu estava caminhando por essa cidade — turva, como uma miragem no deserto. Calor intenso. Sensação infernal.


Outro dia, eu estava por aí. Nessas ruas, subindo morros, atravessando pontes, questionando tudo que acho que uma cidade deveria ter.


Parece impassível acreditar que ninguém sente nada sobre o fato incrível de que nossa espécie está a caminho da extinção iminente. Se não como espécie, pelo menos como sociedade. Como estrutura. Como organismo social.


Meus pés pisaram nessa cidade com passos duros. De quem sabe que, se não fincar o pé no chão, qualquer brisa mais pesada pode te levar.


Homens, velórios, carros, nascimentos, contratos, casamentos. E, no fim, tudo vai ser contínuo e gradual.


Árvores são inimigas da cidade. Pessoas de classes menos abastadas são algozes da cidade. Meus pés não pisaram fofos por aqui.

O que significa ser decolonial?


Isso que sou: decolonial. Não louvo uma terra de sequestradores, estupradores e genocidas. Não sou fruto de colonizadores. Não me submeto a seus papos tortos. Sou maior que seu suposto protagonismo.


Essa terra é de todos nós, mas agora o protagonismo tem que ser nosso. Já que você pintou e bordou com a nossa pele, vendeu seu papo torto, mentiu, omitiu, inventou.


Siga os rastros. Que mesmo evitados, apagados, resistiram. Perpetuaram a pequena memória que deixaram sobre o que é ser nós, o que somos e qual é a verdadeira energia que move essa gente trabalhadora, incansável, esperançosa.


Não deixarei falsas retóricas me atingir. Seguirei como sempre segui. Sou a estrela de amanhã, o sol de hoje, a chuva de ontem. Sou algo diferente de você, mas cada vez mais igual aos meus.

O que resta depois do suor?


Molhado de suor e sal. Crime e paixão. Feito um animal que quer fugir. Seja como for, é sempre igual.


Poucas coisas podem ser ditas de forma mais explícita. Se eu pudesse vestir o seu corpo e me agasalhar com suas entranhas, não seria tão explícito quanto beijar sua boca, dedilhar seu sexo, respirar seu ar.


Meu corpo se esfregando no seu, naquela simbiose. Você é tão gostosa de pegar. Minhas mãos te tateando. Aquele tesão que nos hipnotiza, faz sonhar acordado.


Seus olhos, seu cabelo, seus seios, suas coxas. São tantas coisas. Todas particularmente especiais e únicas.


Coisas lindas e brutas. Ruas vazias. Nós dois em bares que já estão para fechar. A arma do nosso olhar. Os gatilhos que apertamos por aí.


O gole da cerveja, o calor da fumaça da nicotina na minha garganta. A vida é farta. Não importa se hoje ou amanhã. Vou viver sempre por momentos como esse.


Você e eu. Nessa cama. Bendita cama. Benzida cama. Sua chama. Essa trama. Mil conversas.


Acho que vou terminar por aqui.



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