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Partiu Resenha: Livraria Aláfia

Livraria Aláfia

Figura 1 – Logotipo da Livraria Aláfia

Instagram: @livrariaalafia

Telefone/Whatsapp: (21) 98602-5064

A Livraria Aláfia é um desses empreendimentos que nos dão esperança com relação às possibilidades de distribuição econômica no país, além de constituir um exemplo de responsabilidade com relação aos produtos e aos clientes. Definitivamente, não é um mero lugar onde se vendem livros, mas compõe um movimento de resistência na divulgação de temáticas tão importantes para o povo brasileiro como africanidades, religiões afro-brasileiras e negritude. Mesmo que você não queira comprar livros agora, vale a pena seguir as redes sociais da Livraria Aláfia e visitar o blog, pois trazem discussões, resenhas, contribuições, frases e reflexões, assim como lives com autores, editores e artistas. E, além disso, a livraria têm títulos que não se encontram mais em lugar algum! Também praticam preços acessíveis, parcelamentos e oferecem facilidades de frete aos clientes. Pelo esforço, dedicação e empenho, as proprietárias (duas mulheres negras capazes e qualificadas) conseguiram reunir um acervo fantástico que todo estudioso, religioso ou curioso deveria conhecer.

RM: Como surgiu a ideia de abrir a Livraria Aláfia? Quais dificuldades vocês enfrentaram para realizar esse projeto?

LA: A Livraria Aláfia Arte Literatura surgiu do desejo de trabalharmos com o mercado editorial, mas, especificamente, voltado para as práticas religiosas de matrizes africanas, que não se limitam apenas à Umbanda ou o Candomblé. Por nos aprofundarmos no tema, percebemos a importância de estendermos nosso nicho inicial para os títulos sobre história da África, e autores negros que tratam sobre o universo da cultura negra e africana na Diáspora.

Enfrentamos dificuldades enquanto nome no mercado livreiro, pois nossa Livraria partiu do zero e vai aos poucos alcançando algum destaque para os religiosos e simpatizantes das religiões tradicionais. Então, para quem não conhece e não tem prática na área editorial, a confiança e os contatos com editoras e distribuidores acontecem aos poucos.

Para nos mantermos enquanto empreendimento enfrentamos a desleal concorrência com a Amazon, mas principalmente a falta de informação do funcionamento desse conglomerado frente a empresas como a nossa e o impacto que todo o mercado editorial sofre com ele. Desde o encolhimento dos títulos disponíveis em português, como também as oportunidades de emprego e expansão das pequenas editoras.

Há uma desinformação, entre os próprios autores, de que as livrarias lucram cerca de 50% sobre o preço de todos os títulos disponíveis. Porém, a maioria das livrarias trabalha com percentual bem menor, que varia segundo o acordo firmado entre editoras, distribuidoras e autores independentes, que pode chegar até 20%. Sem falar dos próprios custos de manutenção da livraria física ou virtual, como é nosso caso. Por isso, em nosso país considero nossa iniciativa um movimento de resistência, pelo e para o povo do Axé.

RM: Quem são as pessoas que estão por trás da Livraria?

LA: Atualmente, a equipe é formada por duas pessoas, ambas, mulheres negras. A proprietária é Ana Cristina Dutra, responsável pelo atendimento direto nas mídias sociais, exceto no Instagram. E Bárbara Canedo, gerente comercial, encarregada do contato com os parceiros e releases do Instagram. Embora aconteça essa separação, tudo é discutido e resolvido entre nós.

RM: Qual a importância de uma livraria especializada em africanidades, religiões afro-brasileira e negritude? Como vocês conciliam a questão comercial com o ativismo social?

LA: A base de nossa proposta está firmada em dois alicerces primordiais: a vontade de espalhar o conhecimento sobre as religiões tradicionais e contribuir para a diminuição do preconceito e do racismo religioso. Não podemos esquecer que estas mesmas religiões são demonizadas há muito tempo, algumas de suas entidades e deuses são associadas a Demônios cristãos. A começar pelo catolicismo dos colonizadores, até, nos dias de hoje, essas religiões tornarem-se alvos dos movimentos neopentecostais, baseados em crenças enraizadas no racismo estrutural da nossa sociedade. Já sofremos uma dessas investidas, enquanto empresa, prontamente denunciada.

Nosso ativismo social vai desde resistirmos enquanto empreendimento voltado para o povo do Axé, em suas multifacetadas expressões, até sermos reconhecidas pelo público em geral como especialistas dessa literatura. Tal como um quilombo urbano, divulgamos e incentivamos autores – e artistas – que tratem sobre tais assuntos no nível da ficção ou não.

RM: Qual mensagem vocês deixariam para os leitores da Revista Menó?

LA: Primeiro agradecer a todos que contribuíram e contribuem para que sejamos um espaço de divulgação das obras de autores relacionados à cultura negra do nosso país e da África na Diáspora.  E por último, mas, não menos importante, reafirmar a importância de todos os leitores apoiarem iniciativas como as nossas, de forma orgânica, divulgando nosso trabalho, ou comprando nossos produtos. Assim, você garante a manutenção de empreendimentos pequenos e familiares, ajudando na melhor distribuição de renda.

Por Carlos Douglas Martins

E-mail: cdouglasmartins@gmail.com

Instagram: @cdouglasmartins

Twitter: @cdouglasmartins

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