Mesmo com meus quase dois metros
Mesmo com minhas vestimentas mais tradicionais
As senhoras brancas de Niterói
Me tratam como se eu fosse um Pivete
Decidi assumir a “Pivetagem” como personalidade
Não fujo mais de rótulos e estigmas tal Becker
Abracei o desvio
Saio nos altos
Transpiro periferia
Grito com o mundo
E quem me responde é o surto
Preto, pobre e marginal
Vocês não vão ver meu rosto no jornal policial
Sem sensacionalismo barato
Um rompimento de ciclo
Essas mãos não foram feitas para te servir.
Iago Menezes[1]
[1] Mestrando em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia na Universidade Federal Fluminense (PPGA-UFF), Bacharelando em Segurança Pública pela UFF e Licenciado em Ciências Sociais pela UFF. Contato: iagomenezes@id.uff.br.
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