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Por um real ano novo

Foto do escritor: PivetePivete



Bebendo uma cerveja gelada, pensando na Mega da Virada, uma porrada de dinheiro para gastar de um jeito que só consigo imaginar — um sonho coletivo que ainda persiste, um dos poucos que sobreviveram.


Sei lá, parece que a tecnologia afastou a gente mais ainda. E nem é aquele papo clichê culpando o celular por tudo, mas a cada ano que passa, sinto a distância aumentar.



Um ano novo até que anima, né? Mas será que é real? Todo mundo se abraçando, desejando felicidades... Só que, assim que o mês vira, a máquina capitalista começa a girar de novo, distorcendo e individualizando qualquer comunhão.


Queria mesmo era um real ano novo, não só a continuação repetitiva dos anteriores. Talvez começar a repensar o que significa o futuro — não só um acúmulo de dias que forma um ano, mas tudo o que criamos, destruímos, transformamos e deformamos nesse tempo que estamos por aqui.


Caminhando com a Andy, minha cachorra, vi tanta gente na rua, sem perspectiva, vivendo de memórias de anos que provavelmente foram melhores que agora. O ódio em cada esquina, e aquela bala que a cada dia deixa mais claro que não é perdida.



Tive que me afastar do meu povo, da minha área, pra buscar algo melhor. Um futuro longe da falta, da miséria. Queria só um pouco de paz, longe dessa violência cotidiana, que eu bem queria que ficasse em 2024.


Que em 2025 a gente proteja nosso povo das secas, dos alagamentos, das queimadas, de todas essas mudanças climáticas que já gritam. Que seja o ano da retomada, da vitória. Que nossa vida valha mais que uma política, um número, ou uma perspectiva qualquer.


É guerra na periferia, injustiça em todo canto desse país que vendeu por tanto tempo a imagem de alegre e otimista. Mas como James Baldwin disse: “Nem tudo o que se enfrenta pode ser mudado, mas nada pode ser mudado até que seja enfrentado”. Que enfrentemos, porque já passou da hora dessa realidade de merda mudar.

Agradecemos por cada uma das mais de seis mil visitas únicas no site e os mais de 100 mil de engajamento nas redes sociais. Em 2025, seguimos juntos: nos protegendo, denunciando, engajando, reverenciando.


Somos feitos para aqueles jogados à margem. E agora, queremos estar nela — a margem de uma sociedade que já ficou no passado.


Somos o futuro. Que o próximo ano seja único.


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