Rubi, Amor e o cão
- Marcelo Nunes da Rocha
- 7 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Por Marcelo Nunes da Rocha
...
Nunca permitiu que o comandante com suas legiões
Atravessasse o Rubicão...
Temiam a tirania bárbara da cólera
Sem travas dos homens da guerra que
Perderam o temor de morrer por tanto matar...
Aprenderam a linguagem da covardia,
A linguagem dos estripadores sem compaixão...
Eles mesmos imagem de Roma,
Feitos bárbaros – bárbaros feitos –
Tirando as roupas e as insígnias são o quê –
Uma miragem caindo eternamente no abismo
Um nó, vários nós, fita com borda infinita: Möebius...
Rubicão, fronteira onde se armam piquetes
Rubicão, inexpugnável, invisível imposição
Da lei e da natureza – linha que separa –
E aí, Rubicão, atravessar ou não, é o que
Nos aparta. A selvageria e a civilização.
É triste civilização não
seja uma palavra intransitiva, precise ter
sua potência sempre arrematada sob o risco
da infâmia... Tem que se desenhar
Um Rubicão em cada estada, em cada curva,
Para cada morada...
Mas Rubicão fica nas
Franjas do meu coração, não permite
Que nenhuma legião, de nenhum comandante,
Marche sobre Roma porque Júlio César
Jaz morto às portas do Senado com vinte e uma facadas...
nas costas...
Rubicão faz fortaleza a meu coração...
Meu rio, em seu volume, força, massa, não quer ser reduzido a um cão, lacaio...
No fundo, meu coração é um bárbaro como os bárbaros romanos...
Não perde a incandescência e a intensidade de rubi...
E o Rubicão é uma linha no chão,
É aceitar ou não...
O Rubicão é a lei – está ali – para uns
É rubi, para outros é o cão...
Na verdade, Rubicão é nada, é um porteiro
Que não se importa se você entrar ou não...
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