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Tarda, mas não falha

Foto do escritor: Pedro DumontPedro Dumont
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

Não há lições para aprender. A história que escrevemos não tem moral, ela é viva, como nossa língua, nossa escrita e interpretação. É ilusório achar que grandes lições podem ser dadas pelos contos passados a partir de condições estruturais que se mantém. 

É inocente, portanto, achar que nos livramos do fascismo ao vencê-lo em armas, mas toda estrutura política e econômica se perpetua. 


É curioso acreditar que temos conhecimento acumulado suficiente para que a história não se repita e mais, que possamos evitar nossa autodestruição e viver num mundo sustentável e solidário.


É interessante ver pessoas arrumando culpados, mais uma vez as plataformas digitais, as fake news, a falta de regulação delas.


Não. 

As pessoas sempre buscarão as melhores respostas para entender a sua condição, do porquê se trabalha tanto e a vida não melhora, porque não consigo me aposentar, porque pago tanto imposto. 


Essas respostas não virão da tecnicidade econômica, ninguém se importa com elas, a não ser os intelectuais e políticos liberais. Ainda, sim, o liberal, para caber em seu discurso, assume a economia do Estado como algo corriqueiro, que todo mundo entende, mas as coisas não melhoram. 


Quem, senão o liberal, o único ser que se empenha em formular respostas demagógicas para problemas insolúveis.

A dificuldade de enfrentar qualquer problema social está posta antes mesmo do pensamento da solução possível, está na pergunta. 


Pode um sistema social adubado no colonialismo, no racismo, no sexismo dar bons frutos? 


É possível haver justiça social em uma sociedade desigual? 


São perguntas de respostas óbvias. A resposta desta e de tantas outras é simples, não é possível. É claro que é difícil lidar com algo tão desalentador quanto uma negativa como essa, que não aponta para nada. 


Mas também por isso que nos empenhamos sempre em melhorar nossas condições de vida, que de uns anos para cá se restringiu a defesa de ataques sobre o nome de reformas. 



Reformas que destroem. Porém, o povo, esse ente, sempre buscará a resposta que faz mais sentido.


Os possibilistas do fim do mundo dirão que se recuperarmos nossa indústria, apertarmos o cinto fiscal, trabalharmos um pouco mais as coisas vão melhorar, o PIB subirá. 


Por outro lado, a extrema-direita coloca a culpa no imigrante, na juventude, no outro. Ou seja, aram a terra com todos os elementos que adubaram esta sociedade. 


Quando disse que as condições se mantêm, faço-lhes a pergunta de resposta óbvia, quem ganhará as mentes e os corações?


Para os interessados, a virada de chave está em lidar com o óbvio, o que é preciso fazer para a resposta superar essa imensa negatividade que solapa nossa esperança futura. 


Não podemos nos restringir aos possibilismos, também não podemos ficar sem respostas.


Um olhar mais atento pode revelar o oculto e ver que tudo está aí, basta enxergar.


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